quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Desconstrutivismo crítico

 
Cobramos a autenticidade do “eu te amo”, mas quantos destes, verdadeiros, já foram duvidados, ou simplesmente descartados?

A sociedade, lacónica e belicosa, goza do desdém, doença de quem hipervaloriza superfluidades.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

"l'ironie et de la mélodie", por outro olhar

As palavras estão sempre tão presentes na minha boca e quase nunca me falta coragem pra dizê-las. Só que eu tenho me sentido vazia de sentido. Não como é em uma crise existencial. Apenas não me sinto mais a vontade para julgar o bom ou o ruim, nem ao menos quero experimentar para saber que gosto tem. Tanto faz. E essa ausência total de sentido é o que me contempla. Isso tudo porque eu leio suas breves palavras e a cor da vida se esvai. Sinto que faço pouco e às vezes espero as pedras clamarem. No entanto, você me supreende com ternura e antes que eu chegue ao fim do parágrafo, sou atingida por um grandioso paradoxo. No momento em que tudo está cinza e insípido, mais uma de suas frases traz uma explosão escarlate aos meus olhos. Quero apenas sair para ao mundo cantar os versos amigos e tudo o que você sem querer faz comigo. Um amor inenarrável invade minha mente e faz transbordar paz, música, regozijo e saudade de um alguém que nunca vi. Uma epifania doce. Sem a maldade da mente. Sem o ardor do ócio. Sem o desejo da paixão. Apenas puro e genuíno. Algo que não brota da gente, mas é dom de Deus.


por Thaís Viríssimo

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Amor, o mar

A saudade afoga-me sem misericórdia. E nesta nostalgia, o mar se destaca. Sua melodia é resultado do amor de Deus, da Sua misericórdia, da Sua ira e da Sua paz. Tal melodia está presente, mesmo que subentendida, nos versos de Neruda e nos harmônicos de Jaco, nos acordes de Metheny e no coração dos filhos deste solo.
Iara, Iemanjá e Poseidon são donos de suas invejas, apenas. Pois há um só dono deste santuário, há um só dono deste templo. E cada onda que quebra, e todo vento que sopra, e se em nossos bosques tem mais vida, e se um filho teu não foge à luta, é a adoração do Brasil, noiva gentil, para o Senhor.

por Luca Rédua e Wellen Carvalho

domingo, 18 de julho de 2010

Puro e genuíno

Certa vez uma criança, que estava entre outras, se acidentou, de uma forma grave. Situação digna do desespero da mãe que estava a horas de distância. O grupo de criança estava sob responsabilidade de um pequeno grupo de missionários e a criança foi encaminhada ao hospital.
Não durou muito tempo para os médicos perceberem que a vítima precisava de sangue de um tipo específico, que nenhum adulto presente tinha.
Uma missionária, sem muitas opções, procurou entre os dados das crianças e percebera que muitas delas tinham o sangue compatível. Juntou-as então e contou sobre a situação, de uma forma que, teoricamente, todas entendessem.
Após certo tempo de explicação, fez o apelo para que alguma das crianças aceitassem doar sangue, para a criança que sofrera, mas nenhuma se manifestou.
E a missionária continuou o apelo, ansiosa e sem qualquer outra ação, e as ouvintes continuaram sem se manifestar.
Enfim, em meio as crianças, uma menina levantou a mão, com uma coragem que humilharia poderosos no elenco de toda a história. E a missionária a levou.
No processo de transfusão, a menina deixou a posição de coragem, e caiu aos prantos. E aos prantos ficou até o término do processo.
Quando acabou de seder o sangue para a criança acidentada, abriu um sorriso que passava a mais pura esperança que alguém pode ter, a mais bela alegria de viver e a concreta certeza de que a vida é mesmo a maior obra de Deus!
E então a missionária perguntou:
- Por que este sorriso do nada? Estava chorando e agora está tão feliz!
- Pensei que quando tirassem meu sangue, morreria! - Disse a menina com um forte brilho nos olhos.
- Então por que doou sangue, se achava que iria morrer? - Perguntou a missionária, que já não conseguia esconder o quão surpresa estava.
E disse a menina:
- Porque ele é meu amigo.

Ao som de: As it is - Pat Metheny