terça-feira, 2 de novembro de 2010

"l'ironie et de la mélodie", por outro olhar

As palavras estão sempre tão presentes na minha boca e quase nunca me falta coragem pra dizê-las. Só que eu tenho me sentido vazia de sentido. Não como é em uma crise existencial. Apenas não me sinto mais a vontade para julgar o bom ou o ruim, nem ao menos quero experimentar para saber que gosto tem. Tanto faz. E essa ausência total de sentido é o que me contempla. Isso tudo porque eu leio suas breves palavras e a cor da vida se esvai. Sinto que faço pouco e às vezes espero as pedras clamarem. No entanto, você me supreende com ternura e antes que eu chegue ao fim do parágrafo, sou atingida por um grandioso paradoxo. No momento em que tudo está cinza e insípido, mais uma de suas frases traz uma explosão escarlate aos meus olhos. Quero apenas sair para ao mundo cantar os versos amigos e tudo o que você sem querer faz comigo. Um amor inenarrável invade minha mente e faz transbordar paz, música, regozijo e saudade de um alguém que nunca vi. Uma epifania doce. Sem a maldade da mente. Sem o ardor do ócio. Sem o desejo da paixão. Apenas puro e genuíno. Algo que não brota da gente, mas é dom de Deus.


por Thaís Viríssimo

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